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Archive for março \24\+00:00 2008

Éramos três

Lôra acordou sexta-feira santa e achou que tinha morrido. É que rolava o maior coro de ave-maria-cheia-de-graça, alto mesmo, e ela despertou de uma hibernação. Um daqueles apagões que ela tem de vez em quando.

 

A mestiça tratou de desfazer logo o equivoco, abanando freneticamente o rabo. Eu nem me mexi, pra ver até onde ia a piração da dona. Segurei até a respiração, pra ela achar que tínhamos morrido logo os 3, e, glória das glórias, estávamos num velório coletivo, cães e humana, enfim, reconhecidos pelos mesmos direitos post-mortem.

 

Eu devia ser roteirista, eu sei.

 

Pois foi exatamente o que ela pensou. “Alívio. Ao menos nós três subimos juntos pro telhado, os cães não ficaram sem dono, nem serão deportados pra SP.”

 

A procissão passou e eis que nos descobrimos todos vivos e pulsantes. Daí dormimos mais um pouco, que era pra comemorar.

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mocorongo express

Lôra nunca esteve tão bem-humorada desde que chegou aqui.

Avisa que vai responder a cada cartinha e bilhete logo mais, quando desenterrarem a faca de seu pescoço.

E promete: vai ter troco 🙂 

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Bruta

Lôra quebrou o rodo na cabeça de uma barata. Prejuízo, eu acho, mas olhem o avanço. Há pouco tempo, ela correria quilômetros alegando que esses seres estúpidos avançam. 

Mulher forte, minha dona…  

Antes de vitimar a infeliz cascuda, ainda falou vocês não vão fazer nada? Me salvem! E ameaçou: vou pegar um gato pra criar. Ou galinhas. Tenho de fazer tudo nessa casa! 

Defenderei a transformação dessa casa em zoológico. Assim, teremos sistema self-service. Comida à vontade, a qualquer hora do dia.  

Nota Vovô contou que a moça que alugou o apartamento onde a gente morava é recém-chegada da Amazônia. Passou três anos.

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Donos são de Júpiter

Todo dia Lôra levanta e abre a porta pro quintal, para as nossas necessidades mais imediatas.

Demorei um tempo para atender a esse pedido dela, mas tá.  

Hoje ampliei a área de atuação. Fui lá pro fundo, procurar goiabas. Chovia, é verdade, muito, mas ela não insiste pra gente aproveitar o espaço? 

Tomei a maior bronca quando entrei em casa e dei aquela chacoalhada gostosa, pra tirar o excesso de pingos.

Alguém, por favor? Tradução humano-canês?  

Não entendo. 

Rolou um boato de que eu não vou ao quintal para não sujar as patas. Mentira. É só que gosto de uma vida mais urbana, como a Cris (alô, queria estar com você nas zoropa!), a Ale, em quem tênis fazem bolhas… E a Jama? Viajou pro mato com a gente, uma vez. Tadinha. J 

Sou cachorro de dormir em sofá e caminhar no asfalto.

Agora querem que eu vire Tarzan. Tá. 

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Lôra acordou gritando Cau. Era algo como um pesadelo, a mestiça atropelada.

Lôra é quase uma ‘clown’ quando sonha. Chuta, vira na cama, fala dormindo. Haja paciência.

Acordamos assustados, claro, eu e a mestiça, que dormia de costas, as quatro patas pra cima.

No afã de atender ao chamado, virou-se e meteu o pé (dentro) da boca da Lôra. Que engasgou, resmungou e nos expulsou do colchão.

Euzinho, o santo, o husky do céu, com a minha delicadeza de ganso, paguei o pato por tabela.

Dormimos com Lôra para protegê-la do bicho papão. Ela não entende.

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