Eu estou cansando de ficar em casa. Tá certo que tem quintal, posso acompanhar o movimento da rua, patati patatá, mas tenho saudades de São Paulo.
Dançar forró com a Lena, passear com a Deca, Mônica e aquelas garotas doidas… Havia mais opções.
Lôra anda fazendo algo meio complexo, ou talvez o seja (só) para ela, que é loira. Passa o dia fora, às vezes nem aparece na hora do almoço.
Não larga o laptop. Noite dessas, pegou no sono, depois de horas teclando compulsivamente, como se recebesse em euros por cada TEC. Dormiu ali, toda torta, mão sobre o teclado.
A mestiça, como sempre, só aguardou o suspiro mais longo para subir na alcova.
Lôra virou de um lado, de outro, e começou a correr os dedos pelo teclado.
Olhei de relance. A mão abria, fechava, abr…
Merda!!!
É psicografia? Pelo amor, eu tenho medo dessas coisas!
Mestiça chegou mais perto e passou a lamber os dedos da Lôra, cuidadosamente. Cena de cinema, que tive de interromper por dois motivos.
1) Alguns minutos a mais e eu teria crise de diabete, com tanta ‘doçura’.
2) O laptop acabaria por se afogar. Na melhor das hipóteses, Lôra estava sonâmbula e equivocada, tomando o teclado pela barba de algum cabra. Poderia babar, beijar, apertar…
ECA!
A que ponto chega a carência feminina!
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